TSF EC 2022 (Alemanha-Áustria-Eslovénia) - completed

Travessia internacional dos Trilhos Sem Fim em 2022
Europa Central: Alemanha -Áustria - Eslovénia---------
Dia 1
Fizemos 130Km e perto de 1000m D+.
Saída de Munique cedo até Ubersee onde chegamos perto das 19h.
Paisagens magníficas quevariaram entre zonas ribeirinhas, lagos, bosques densos e campos de cultivo imensos.
Esteve um dia de muito calor e sol.
PElo caminho é quase à chegada cruzamos com um casal de portugueses da zona de Aveiro, de bicicleta, a residir na Áustria e que vieram de carro até à Alemanha e fizeram um troço até um dos lagos da região.
Cumprimentos para eles,esperamos suas notícias quando passarem por Leiria.
Rematamos o dia num restaurante grego onde conhecemos o dono Tomy, que nos acolheu muito bem. Foi um bom momento!
Veremos o que o dia de amanhã nos reserva---------
Dia 2
Etapa com chuva fria logo no arranque que se foi mantendo mais ou menos durante a manhã.
Ainda assim com o aproximar de Salzburgo (cidade muito bonita por sinal), o sol foi dando ar da sua graça. Abandonamos a Alemanha e estamos agora nos próximos dias na Áustria.
Fizemos 77km com 1500m de acumulado, um pouco mais que o previsto.
Houve que fazer 2 desvios um por segurança dado o risco de queda (raízes molhadas) e outro por inexistência do trilho.
Tivemos tempo ainda para conhecer um pouco da cidade de Salzburgo onde dormimos.---------
Dia 3
Hoje o destino foi Torren onde chegamos já tarde.
Tivemos um dia agradável de sol.
O rendimento inicial, pelos trilhos que fizemos, foi mais baixo que os dias anteriores.
Atravessamos paisagens fantásticas, como lagos, prados e vales dos Alpes Austríacos.
Uma subida de 5km continua, sempre acima dos 10%, e que em muitos pontos atingiu os 17%, em que subimos seguidamente 800m, até aos 1360m de altitude, foi o grande desafio do dia. O topo e o vale que se seguiu, foram de indescritível beleza, esse foi o sentimento comum.
Felizmente tudo corre sem acidentes de maior. Contudo hoje demos assistência, uns quilómetros antes do nosso destino, a um jovem que deu uma queda, numa trotinete elétrica.
Temos divulgado em inúmeras oportunidades o grupo TSF, a nossa cidade e o nosso país.
Sabemos que temos desafios ainda maiores para superar nos próximos dias.
A distância e altimetria inicialmente prevista foi superada tendo ficado em 85km e próximo dos 1800m D+.
Com a camaradagem, que une este grupo de diversas aventuras, confiamos na superação dia a dia deste desafio!---------
Dia 4
Previa-se dura e foi de fato.
Sabíamos ser uma das etapas mais duras, sendo que todas elas, por um argumento ou outro são previsivelmente sinónimo de difícil 😃.
Hoje cumprimos com 100km e 2000 m D+de acumulado.
Começamos com vento contra, depois até à hora de almoço com céu encoberto que foi ótimo para fazer grande parte do acumulado matinal, via estrada. Por fim durante a tarde bastante sol, contudo valeram as sombras dos trilhos feitos.
Ligamos Torren a Steindorf - Mauterdorf.
Fizemos um misto de estrada que foi a opção possível dado o acumulado de hoje, ciclovia, com bosque e trilhos de terra batida para ganhar algum tempo.
O tempo urgia e almoçamos no LIDL. Ótima opção!
Cansaço estampado em alguns rostos no fim do dia, afinal são já 4 dias de desgaste.
Os pontos altos foram a queda de água que encontramos, enorme. São também espectaculares os muitos rios, ao longo de muitos quilómetros de margens, que temos ciclado. Rios de água límpida e muito fresca proveniente do derreter da neve dos Alpes que atravessamos. Bebemos água direta destes rios.
Uma constante tem sido o nível de despoluição de todos os locais de passagem que temos atravessado e a preocupação ecológica que vimos em muitas coisas.
Mais, já verificamos que os mosquitos portugueses têm o mesmo sabor, que os Alemães e agora que os Austríacos… falta provar os Eslóvenos daqui a 2 dias 😁.---------
Dia 5
Tínhamos previsão de saída do alojamento onde fomos tão bem acolhidos pelas 7h, só que não…
uma questão técnica de alguma gravidade de uma das bikes levou ao necessário ajuste do plano inicial.
Hoje dia 16 de junho Corpo de Deus, é igualmente celebrado na Áustria, como feriado religioso que é, o que acreditamos, dado as inúmeras igrejas que vamos encontrando em todos os pequenos centros em que passamos. Como tal tudo o que era lojas de bikes estavam fechadas.
Após muito boa vontade do nosso anfitrião e seu vizinho, tivemos de nos por a caminho, deixando para trás Mauterndorf.
O destino de hoje foi Aifersdof, que atingimos com uma distância e altimetria um pouquinho superior à previsão, tendo cumprido 85km e mais de 1700mD+.
De referência hoje foi a passagem pelo grande lago Millstatter See.
A parte dura foi uma nova escalada aos Alpes entre os quilómetros 9 e 16, com quase metade do acumulado de hoje… e alguns “caroços” posteriores.
O dia foi caracterizado pela frequência com que entrávamos de rompante pelos pátios e propriedades das casas a dentro. O nosso track teve por base o Komoot que tendo sido uma boa base, não sabe tudo… 😁
O que vale é que de uma forma geral os Austríacos são pessoas tranquilas, e ainda não fomos corridos a tiro de caçadeira de nenhum local!
Começa a sentir-se o desgaste nas nossas montadas, dos maus tratos que tem levado nos últimos dias, que nos leva a ajustar um pouco a previsão para amanhã de forma a assegurar a passagem por uma oficina, para resolução de diversas avarias, que requerem material e ferramentas específicas, que não são por isso, passíveis de ser resolvidas por nós.
Para isso já temos plano A e B para o nosso dia.
Amanhã contamos entrar na Eslovénia durante a tarde… e confirmar a teoria do sabor dos mosquitos 🤣---------
Dia 6
Hoje tínhamos plano A e B.
Teríamos de dedicar algum tempo à reparação de várias avarias das bikes. Não sabíamos contudo quanto tempo seria necessário.
Procuramos lojas de reparação que ficassem no nosso trilho, o que conseguimos no quilómetro 25.
Após a primeira loja ter indicado que não conseguia resolver todos os problemas, dividimo-nos em 2 grupos por 2 oficinas.
Após paragem de quase 2h, um pouco depois das 11h estávamos a rolar, novamente junto a um rio de água transparente, até à extensa subida, com longas tranches a 18% de inclinação ascendente.
Tivemos também trilhos por serra, campos e mata.
Cansados mas animados após mais uma escalada dos Alpes, atingimos a fronteira com a Eslovénia. Foi um momento de ânimo e de sentido de concretização de um objetivo.
Faltavam ainda 45km até ao local da nossa dormida - em Rodine.
Almoçámos em piquenique já tarde, na primeira cidade da Eslovénia que encontramos, Kranjska Gore, com compras feitas num supermercado local.
Fomos abordados diversas vezes pelos simpáticos e afáveis Eslovenos que diziam gostar muito de Portugal. Dado que temos bandeiras nas mochilas que nos identificam como “Tugas”, que mais parecem umas capas de super heróis… “Os Super Tugas” 🤣
O “kommot” no fim da etapa pregou algumas partidas, de trilhos de Montain bike, mas que afinal não. Em suma terminamos com 95km e 1700m D+.
Cansados optamos por confecção do jantar em casa, para não voltar a sair.
Já provamos os mosquitos Eslovenos e ao contrário do que pensamos, que saberiam igual aos Alemães e Austríacos, estes têm um sabor agridoce. Por um lado o sentido que estamos bem próximos do nosso objetivo de chegar à capital da Eslovénia, de matar saudades das nossas famílias, casas e camas 🙂 e por outro o sentimento já de saudade destes dias que estão quase a terminar e que nos farão sonhar com uma próxima oportunidade de aventura.
Dia 7, será dia de percorrer mais uma etapa neste lindo país, que sentimos ter uma cultura mais próxima do nosso 😉.---------
Dia 7
Dia de chegada a Liubliana.
Foi um dia diferente dos demais!
Deixamos cedo Rodine, pelas 7h, o local onde pernoitamos. Fizemos os 10km, quase todos descendentes, que nos separavam do famoso lago Bled, seguindo a rota planeada. Aqui tomamos o pequeno-almoço.
Um dos TSF estava indisposto e um dos problemas, técnicos havido com uma das bikes reparada no dia anterior, voltou a manifestar-se e a agravar.
Optamos por fugir aos trilhos mais técnicos e fomos fazendo um misto entre navegação à vista e navegação orientada por GPS. Ia de quando em vez surgindo a proibição de ciclar em alguns locais, o que nos obrigava ao reajuste constante da rota.
Chegados a Liubliana, capital da Eslovénia, optamos por orientar primeiro para uma loja de bicicletas com quem tínhamos feito um prévio contato, de forma a conseguir acesso a caixas de cartão, desmontar as bicicletas e condicionar as mesmas para a viagem de regresso, a Lisboa, com escala em Paris (não há voos diretos).
No total fizemos 82km e 700mD+.
Foi a melhor estratégia, com o espectacular apoio do dono da Loja NewBike conseguimos o pretendido, e foi este apoio que tornou possível o nosso projeto.
Após uma boleia conseguida pelo simpático dono da loja, instalamo-nos no Hostel, e fizemos uma passagem pelo bonito, e movimentado centro de Liubliana, para jantar.
O dia 8 servirá para conhecer um pouco mais a cidade, e descansar pois o acumulado desses dias, nota-se, aproveitando para a preparação para o regresso.